08/06/2017
BNDES quer triplicar crédito para capital de giro de pequenas e médias empresas
Autor: Folha de S. Paulo

O
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende triplicar
o valor dos empréstimos para capital de giro de pequenas e médias empresas no
segundo semestre deste ano.
Pelos
critérios adotados pelo BNDES, são considerados de pequeno e médio porte
empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões.
A
ideia da nova gestão do banco, liderada pelo economista Paulo Rabello de
Castro, é aumentar os desembolsos nessa linha de crédito, que hoje somam pouco
mais de R$ 4 bilhões por ano, para cerca de R$ 12 bilhões.
Nessas
operações, o dinheiro é do BNDES, mas os empréstimos são operados pela rede
bancária, sobretudo pelo Banco do Brasil, com quem o presidente do BNDES já
está discutindo o assunto.
Rabello
e o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, se encontraram nesta
semana. O objetivo é que os dois trabalhem juntos para oferecer às empresas
recursos que já têm à disposição, tentando reanimar a economia.
A
oferta de capital de giro pelo BNDES aumentou durante a crise. No ano passado,
a ex-presidente Maria Silvia Bastos Marques anunciou que elevaria para R$ 10
bilhões a dotação de recursos para esse tipo de empréstimo.
Neste
ano, a instituição abriu a possibilidade para que grandes empresas também
tomassem esse tipo de crédito no banco, em uma linha direta com o BNDES no
valor total de R$ 5 bilhões.
A
avaliação atual, porém, é que os empréstimos não deslancharam. Os números
efetivos ficaram muito abaixo do que o banco tinha disponível para emprestar.
Rabello
de Castro assumiu o BNDES após o pedido de demissão de Maria Silvia, há duas
semanas. A executiva vinha sofrendo críticas de empresários, que reclamavam de
dificuldades para ter acesso aos recursos do banco.
Diferentemente
das linhas tradicionais do BNDES, destinadas a compra de máquinas e outros
investimentos, os empréstimos para capital de giro são de curto prazo e têm
como objetivo dar fôlego financeiro às empresas para tocar atividades
rotineiras.
A
taxa de juros é mais elevada, e instituições bancárias do setor privado
costumam competir por esse mercado.
A
avaliação no BNDES, porém, é que as empresas precisam de oxigênio neste momento
de dificuldade, e não importa com que carimbo os recursos entram nas empresas,
porque no fim podem gerar resultados positivos para a economia como um todo.
O
endividamento das empresas é um dos gargalos que travam a recuperação da
economia e a retomada do investimento, dizem economistas.
Nesta
quarta (7), a Caixa anunciou que pretende liberar R$ 1 bilhão em recursos de
capital de giro para empresas de pequeno porte. Parte do dinheiro virá do BNDES
em operações em que a Caixa apenas repassa o crédito.
Para
ajudar na captação de potenciais clientes, o banco fez um convênio com a CNI
(Confederação Nacional da Indústria), que indicará empresas que possam ser
atendidas pelas linhas de crédito.
A
ideia é informar empresários sobre a existência de recursos disponíveis em
instituições oficiais. A Caixa também espera ajuda da CNI para deslanchar
empréstimos para investimentos em máquinas e equipamentos, cujos recursos são
do BNDES.